Resenha - Não há mais sapatilhas de bale na siria
Nesta tocante história, Catharine Bruton nos apresenta a história de Aya, uma jovem síria cuja vida é radicalmente alterada pela guerra. O livro inicia-se com a promessa de um futuro feliz em Alepo, onde Aya vivia com sua família, mergulhada em sua paixão pelo balé e cercada por amor. No entanto, à medida que os conflitos aumentam e os bombardeios se tornam uma realidade aterrorizante, a esperança de um futuro seguro se desmorona. A narrativa revela a dor da separação da família e a luta de Aya, sua mãe e seu irmão para se reerguer em um novo país, a Inglaterra.
A autora faz um trabalho incrível ao alternar entre o passado e o presente, proporcionando ao leitor uma visão íntima da vida de Aya antes e depois da guerra. Essa estrutura narrativa cria um poderoso contraste, ressaltando a inocência perdida e as realidades brutais enfrentadas pelos refugiados. Podemos sentir as emoções de Aya, enquanto ela se torna a voz da família em um país desconhecido, enfrentando preconceitos e solidão.
Através do balé, Aya encontra uma forma de escapismo e esperança. A figura da professora Helena, uma sobrevivente da guerra, emerge como um farol de luz em meio à escuridão, simbolizando a bondade humana e a capacidade de reconstruir vidas. A amizade com Dotty e os desafios com Ciara adicionam camadas à história, explorando temas de aceitação, pertencimento e a força das conexões humanas.
A escrita de autora é sensível e comovente, abordando a realidade da guerra com delicadeza e profundidade.
"Não há mais sapatilhas de balé na Síria" é uma reflexão poderosa sobre resiliência, sonhos e o impacto da guerra na vida das pessoas. Ao final, o leitor é deixado com uma mensagem de esperança e a certeza de que, mesmo nas situações mais desafiadoras, a luz pode brilhar através das trevas.
Recomendo este livro a todos que buscam uma leitura que não apenas entretém, mas também ilumina questões sociais profundas e nos lembra da força que reside em cada um de nós, mesmo diante das adversidades.
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