Essa pergunta ressoa ao longo de "Alguém como nós", um thriller psicológico intenso e provocativo. A história nos transporta para Liberty, uma comunidade utópica criada exclusivamente para negros, onde a promessa de segurança e pertencimento esconde camadas sombrias de controle, manipulação e questionamentos profundos sobre identidade e liberdade.

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Jasmyn Williams, é uma defensora pública comprometida com a justiça, uma mulher negra forte e determinada, que passou a vida inteira lutando contra um sistema opressor. Grávida do segundo filho e mãe do pequeno Kamau, de seis anos, ela vê em Liberty a oportunidade perfeita para criar seus filhos longe das injustiças raciais.  Seu marido, Kingston (King) Williams, tbm já está totalmente convencido e entusiasmado.

Inicialmente, Liberty parece ser tudo o que foi prometido: um lugar onde negros podem viver sem as amarras do racismo. Casas luxuosas, vizinhos acolhedores e um estilo de vida invejável criam a ilusão de que a vida finalmente pode ser leve e segura. Mas Jasmyn logo percebe que há algo estranho. Diferente dela, que sempre esteve envolvida em causas sociais e na luta pelos direitos civis, os moradores de Liberty parecem mais preocupados com status e bem-estar pessoal do que com mudanças reais para a comunidade negra como um todo.

O coração da cidade gira em torno de um spa de luxo, onde todos parecem passar a maior parte do tempo. A sensação de desconforto cresce conforme Jamyn tenta se adaptar, mas percebe que algo está errado. A princípio, pensa que talvez esteja apenas resistindo à mudança, mas com o passar do tempo, a estranheza se transforma em suspeita. Por que as pessoas ao seu redor começam a agir de maneira diferente? Por que parecem tão obcecadas pelo spa?

A grande força desse livro está na maneira como ele nos faz questionar conceitos complexos como identidade racial, pertencimento e as armadilhas da utopia. O livro não oferece respostas fáceis, mas levanta questões que permanecerão com o leitor muito depois da última página.