"E Esse Meu Coração" é um romance contemporâneo da autora C.C. Hunter que combina drama, mistério e autodescoberta de uma forma emocionante. O livro narra a história de Leah MacKenzie, uma jovem que enfrenta uma situação rara e delicada: ela vive com um coração artificial, uma ponte entre a vida e a morte enquanto espera desesperadamente por um transplante que possa lhe devolver uma vida plena.
A vida de Leah muda drasticamente quando ela recebe um novo coração. Junto com ele, surgem memórias e emoções que não são suas, como se uma parte do antigo dono desse órgão ainda estivesse vivo dentro dela. Esse fenômeno a leva a descobrir que seu doador, Matt, um jovem com um passado nebuloso, pode ter sido vítima de circunstâncias não tão claras. Leah, impulsionada por essa nova e estranha conexão, parte em uma jornada para descobrir a verdade sobre a morte de Matt, enquanto lida com os conflitos de sua nova vida e com as complexidades de seus próprios sentimentos.
"E Esse Meu Coração" é um romance que vai muito além da narrativa clichê de histórias juvenis. A escrita de C.C. Hunter é sensível e envolvente, explorando temas profundos como identidade, pertencimento e a frágil linha entre vida e morte. O enredo consegue equilibrar o mistério com o drama pessoal de Leah, o que resulta em uma leitura que prende do início ao fim.
O destaque da obra está na maneira como a autora aborda a questão da memória celular – a hipótese de que os órgãos transplantados podem carregar memórias ou emoções dos doadores. Essa premissa, que mistura ciência e misticismo, é tratada com sutileza, sem parecer forçada ou exagerada. Além disso, Hunter consegue transmitir de forma autêntica os dilemas internos de Leah: o medo do desconhecido, a culpa por estar viva enquanto outro jovem perdeu sua vida, e a incerteza sobre quem ela se torna após a cirurgia.
Outro ponto forte são os personagens secundários que enriquecem a trama. A família de Leah, com suas reações diferentes à sua condição e à recuperação, contribui para a autenticidade emocional do livro. A relação entre Leah e seus amigos também é trabalhada de forma crível, trazendo momentos de apoio e conflito que ressoam com a experiência de jovens leitores.
Por outro lado, alguns pontos do enredo podem parecer previsíveis para leitores mais experientes em romances do gênero. A fórmula do "amor que cura" está presente e, embora bem desenvolvida, pode ser considerada um tanto familiar. No entanto, a profundidade emocional da obra e a abordagem delicada dos temas compensam qualquer previsibilidade.
Em resumo, "E Esse Meu Coração" é uma história tocante e bem escrita que consegue se destacar em meio aos romances YA (young adult) por sua trama instigante e pela sensibilidade com que lida com questões humanas complexas. É uma leitura recomendada para quem busca um livro que combina drama, mistério e romance de forma equilibrada, oferecendo não só uma história cativante, mas também uma reflexão sobre o significado de viver plenamente após passar por momentos sombrios.
Frases do livro E esse meu coração
“Ler é como dar férias para a mente. Bem, se o livro for bom, é claro.”
“Para planejar nosso futuro, devemos nos lembrar do ontem, viver o hoje, mas sonhar com o amanhã.”
“Alguém disse que nossos erros realmente significam apenas que estamos tentando. Mas também pode significar que precisamos tentar de uma maneira diferente. Portanto, se esquecermos nosso passado, perderemos as lições que aprendemos com nossos erros. Perderemos algumas memórias queridas.”
“Não posso prometer que não haverá uma próxima vez. Não posso prometer que você não terá câncer. Mas o que você faz com o tempo entre todas essas próximas vezes é o que faz a diferença. Porque a vida é assim. Sem promessas. Sem garantias. Mas se você tiver sorte, pode usar esse tempo para realizar alguns sonhos.”
“Quando um membro da sua família sofre, todos sofrem junto.”
“Não, não é só o novo coração. Sou eu. Eu mudei. Não tenho mais certeza de quem sou. Não tenho certeza se posso voltar a ser a Antiga Leah. E quem é essa Nova Leah? Isso é um grande mistério.”
“Percebi que, se aprendi alguma coisa do fato de quase ter morrido, é que a vida é curta demais para desperdiçar sequer um segundo com arrependimentos.”
“Aprender a viver. Aprender a contar com o amanhã e com o próximo ano. Sabendo que nós dois ainda estamos vivos e tentando descobrir o que fazer.”