Quando comecei a ler A estrada para o país, não fazia ideia do quanto essa história iria mexer comigo. O autor conseguiu escrever um livro que mistura emoção, ação, tradição e um olhar profundo sobre o que significa viver (e sobreviver) em um país em guerra.
🤝🏻 Parceria @globolivros
O protagonista, Kunle, é um jovem nigeriano bastante reservado, que prefere se esconder nos livros do que encarar o mundo lá fora. Mas tudo muda quando o país mergulha em uma guerra civil e seu irmão mais novo desaparece no meio do conflito. A partir daí, Kunle precisa sair da sua zona de conforto e se jogar em uma jornada cheia de perigos, incertezas e descobertas.
Uma das coisas que mais me tocou foi como a narrativa consegue ser forte e sensível ao mesmo tempo. A escrita prende a gente logo de cara, e mesmo quando os acontecimentos são duros (e muitos são!), o autor nos conduz de uma forma que a leitura não fica pesada demais, ela fica intensa, sim, mas é daquelas que a gente não consegue largar.
Gostei muito da forma como o livro é contado, com uma mistura de realidade e elementos espirituais, como a profecia feita por um oráculo que diz que Kunle vai morrer e renascer. Isso dá à história um ar de mistério, de destino, e deixa a gente pensando se tudo está mesmo traçado ou se nossas escolhas podem mudar o rumo das coisas.
Outra coisa que me conquistou foi como o autor nos apresenta a Nigéria, não apenas como cenário, mas como um personagem vivo, com suas dores, sua cultura, seus contrastes.
Ao acompanhar a busca de Kunle pelo irmão, também vamos sendo apresentados aos horrores da guerra, mas sem que a história se resuma só à tristeza. Pelo contrário: no meio do caos, o autor mostra como ainda há espaço para o amor, a amizade, a esperança e a coragem.
A estrada para o país é um livro que toca fundo. Não é só sobre guerra, é sobre laços de família, sobre o que a gente é capaz de fazer por quem ama, sobre fé e sobre resistir mesmo quando tudo parece perdido.